Desde que completei 25 anos, no dia 22 de junho, mergulhei em uma avalanche de questionamentos existenciais. Tenho pensado muito sobre o sentido da vida, sobre propósito, sobre o que significa realmente viver… e o que deixamos para trás quando partimos.
Me percebo presa entre o passado e o futuro, enquanto o presente, silenciosamente, escapa pelas frestas das preocupações e das ambições que a vida adulta impõe. No fundo, sempre acreditei que a vida deveria ser leve, divertida. Quero rir com ela, dançar com o tempo, amar profundamente, ser amada de volta e viver com a intensidade que a natureza, minha maior guia, sussurra em mim.
Mas nem sempre isso é fácil. Às vezes tudo parece tão distante. A vida adulta tem seus pesos. Sem perceber, me vejo atolada em pensamentos sobre trabalho, dinheiro, metas, cobranças… e, de repente, aquela parte minha que sonha, que imagina, vai se encolhendo. Se cala. Se esconde. Com medo. E então me pergunto: não deveria ser justamente o contrário?
Achei que conseguiria enfrentar tudo com leveza, que daria conta desse sistema que nos prende em rotinas e obrigações. Mas desde que fiz 25, tenho encarado uma dúvida incômoda: será que estou mesmo vivendo a vida que ressoa com a minha essência… ou estou apenas sobrevivendo?
Morar sozinha me trouxe uma revolução interna. Vivi experiências espirituais profundas, recebi ensinamentos valiosos que agora quero colocar em prática. Porque a vida é muito mais do que o que se vê. Ela não cabe em metas, contas ou aparências. A vida, pra mim, é mistério, é intensidade, é sentido.
E é exatamente por isso que estou nesse momento de transição. Tentando transformar tudo que senti, tudo que intuí, tudo que compreendi em matéria, em ação, em vida real. Quero fazer brotar no concreto a beleza que vi no invisível.
Não sei se vou conseguir. O mundo anda tão barulhento. Tantas vozes, tantas opiniões, tantas fórmulas prontas. Mas, entre tudo isso, ainda não ouvi a minha voz ecoando.
E eu quero começar por ela.